consolo e esperança diante da morte

1 Tessalonicenses 4:13 ” Irmãos, não queremos que vocês ignorem a verdade a respeito dos que dormem, para que não fiquem tristes como os demais, que não têm esperança.”


Vamos considerar o que nos diz o versículo 13, deste capítulo 4, da Primeira Epístola aos Tessalonicenses . Na seção anterior o título era “A Vinda de Cristo é uma Esperança Purificadora”. Essa seção estava focada na santificação do crente. Nessa seção, o apóstolo Paulo exortou os tessalonicenses a continuarem a crescer na fé, e entrou num tema eminentemente prático: como os crentes devem andar, isto é, viver, à luz da esperança do regresso de Cristo.

Agora este versículo 13 começa uma nova seção que vai até o versículo 18 deste mesmo capítulo 4. Nesta importante parte da carta de Paulo temos de ver o que a morte significa para o cristão, e o que o arrebatamento significa para a Igreja. Consideremos, portanto, esta seção, que pode ser intitulada como:

A vinda de Cristo é uma esperança reconfortante.


Chegamos à próxima seção da epístola aos Tessalonicenses, uma seção que tem sido apontada como uma das passagens proféticas mais importantes da Bíblia, e que se estende do versículo 13 ao versículo 18. Ela ensina a vinda iminente de Cristo para sua Igreja. Agora, isso não significa que esta vinda seja imediata, nem que ocorrerá em breve. Paulo nunca usou uma expressão como essa. Ele nunca quis que as pessoas presumissem que a vinda ocorreria durante sua vida ou logo depois. Mais de 2.000 anos se passaram desde então. Mas quando dizemos que a vinda de Cristo é iminente, queremos dizer que ela está se aproximando, ou que é o próximo evento na agenda do programa de Deus.

Paulo deixou claro que acreditava no retorno iminente de Cristo. No versículo 15 deste capítulo ele falou de nós que estamos vivos, que permaneceremos até a vinda do Senhor. Paulo acreditava que o Senhor Jesus poderia vir durante sua vida. Ele não disse, nem acreditou, que Cristo viria durante a sua vida, mas disse que poderia vir. Esta foi a sua atitude quando escreveu a Tito em 2:13, “enquanto esperamos pela bendita esperança e pela aparição gloriosa do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo.”


Há aqueles que acusaram Paulo de ter mudado a sua posição sobre a vinda iminente de Cristo à medida que envelhecia. Lembremo-nos de que a epístola aos Tessalonicenses foi a sua primeira carta. Paulo mudou sua teologia? Quando ele escreveu aos Filipenses ele era um homem velho, um prisioneiro de Roma, e então ele disse, em Filipenses 3:20, “Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo”. No final de sua vida, Paulo ainda esperava pelo Senhor. Em outras palavras, ele considerava iminente a vinda do Senhor.

Agora, na vinda de Cristo para Sua Igreja, quando somos arrebatados para encontrar o Senhor nos ares, Paulo chamou isso de “arrebatamento da Igreja”. Há pessoas hoje que têm um ponto de vista diferente sobre esse assunto. Dizem que a Bíblia não ensina o Arrebatamento e que essa palavra não é encontrada no Novo Testamento. Insistimos que seja mencionado, e se encontra nesta passagem das Escrituras, no versículo 17, desta Primeira Epístola aos Tessalonicenses, capítulo 4, onde diz: “depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.” Agora, neste versículo temos a palavra arrebatados, e isso é uma coisa muito interessante. A palavra grega usada aqui para “arrebatado” é harpazo, e significa “arrebatar”, “levantar”, “agarrar apressadamente”, “transportar”. É uma questão de semântica, mas seja qual for a palavra usada, o fato é que Paulo ensinou que os crentes serão arrebatados nas nuvens para encontrar o Senhor nos ares. Assim o apóstolo ensinou o arrebatamento da Igreja. O fato é que o arrebatamento da Igreja pode ocorrer a qualquer momento. É o próximo evento no programa de Deus.

Façamos agora uma declaração que pode ser surpreendente em relação a esta passagem das Escrituras. Na verdade, a principal consideração aqui não é o arrebatamento. A pergunta exata que Paulo estava respondendo era: O que podemos dizer sobre os crentes que morrem antes que ocorra o arrebatamento da Igreja?

Temos que rever o contexto desta epístola para entender por que esta questão era tão importante para os crentes tessalonicenses. Paulo foi a Tessalônica na sua segunda viagem missionária. Ele esteve lá por três sábados e discutiu com eles, declarando e expondo as Escrituras. Esse foi o relato de Lucas em Atos dos Apóstolos, capítulo 17, versículo 2. Isso indica que ele esteve ali menos de um mês. Nesse breve período, Paulo chegou àquela cidade e realizou uma tarefa hercúlea. Ele cumpriu a tarefa de missionário. Ele pregou o evangelho, houve conversos e estabeleceu uma igreja. E então ele ensinou a esses novos crentes as grandes verdades da fé cristã. E o interessante é que ele lhes ensinou sobre o arrebatamento da Igreja.

Em certos tempos passados, não se ensinava muito sobre profecia. Até professores e pregadores evitavam o assunto. Disseram que eram verdades muito profundas, que deveriam ser ensinadas aos cristãos com um certo nível de maturidade, e não aos recém-conversos. Contudo, vemos que nesta carta Paulo fez o contrário. Ele não esteve nem um mês inteiro com os novos crentes em Tessalônica e lhes ensinou profecias. Na verdade, quando estudamos a segunda epístola, vemos que o apóstolo lhes ensinou sobre a grande tribulação e o chamado Homem do Pecado, ou seja, o anticristo que virá. Paulo percorreu toda a gama de profecias para os crentes tessalonicenses. Não faz sentido então dizer que a profecia não deveria ser ensinada aos crentes recém-convertidos. Pelo contrário, deve ser-lhes ensinado, como indicou o exemplo do próprio Paulo.

É claro que Paulo ensinou àqueles cristãos que o arrebatamento da Igreja poderia ocorrer a qualquer momento: que era iminente. Então Paulo saiu de Tessalônica. Ele foi para Bereia, fundou uma igreja lá e permaneceu por um tempo. Depois embarcou e rumou para Atenas. Também não sabemos quanto tempo ele ficou lá. Ele esperava Timóteo e Silas que lhe trariam notícias de Tessalônica. Bem, eles não vieram, então Paulo foi para Corinto. Depois de ele ter estado lá por algum tempo, Timóteo e Tito chegaram e lhe entregaram relatórios sobre esta igreja em Tessalônica, junto com perguntas que os tessalonicenses tinham para Paulo. Assim, Paulo escreve esta Primeira Epístola aos Tessalonicenses para encorajá-los e para responder às suas perguntas específicas sobre o arrebatamento da Igreja. Durante aquele período desconhecido desde que Paulo os deixou, alguns dos crentes daquela igreja morreram. Então surgiu a questão de saber se eles haviam perdido o arrebatamento da igreja.

Obviamente Paulo ensinou a vinda iminente de Cristo. Caso contrário, esta questão não teria sido relevante. Paulo lhes dissera que o Senhor Jesus poderia vir a qualquer momento. Alguns daqueles crentes morreram e o Senhor não veio: eles perderam o arrebatamento? O que aconteceria com eles? Paulo deu-lhes a resposta a essa pergunta nesta presente carta que estamos estudando.

Para nós a questão dos Tessalonicenses não é tão significativa como foi para eles. E é assim, você e eu vivemos mais de 2.000 anos depois dos Tessalonicenses, e literalmente milhões de crentes cruzaram o limiar da morte. Portanto, a maior parte da Igreja já nos ultrapassou e apenas uma pequena minoria permanece no mundo.

Paulo ensinou aos tessalonicenses que a vinda de Cristo era iminente, e é nisso que ainda acreditamos hoje. Entre onde estamos agora e a vinda de Cristo para a Igreja há um tempo muito curto, o que significa que pode acontecer a qualquer momento, mesmo antes de terminarmos este estudo ou, por outro lado, a vinda de Cristo pode ser ainda distante no futuro.

O duro hoje seria marcar datas para a vinda do Senhor. Alguns estão fazendo isso, e é perigoso porque não sabem quando Ele retornará. Eles dificilmente poderiam, mesmo por acaso, adivinhar corretamente a época ou o ano, mas certamente não conseguiram descobrir a hora. Quando alguns tentam estabelecer datas, estão privando os crentes de esperar por Ele.

Agora os tessalonicenses estavam preocupados com os crentes que haviam morrido antes do arrebatamento acontecer. Precisamos nos lembrar disso à medida que avançamos. Leiamos então o versículo 13 deste quarto capítulo de Tessalonicenses:

“Irmãos, não queremos que vocês ignorem a verdade a respeito dos que dormem, para que não fiquem tristes como os demais, que não têm esperança”.

Gostamos desta frase de Paulo: nem queremos que você seja ignorante. Já vimos esta expressão antes nas cartas aos Coríntios. Quando Paulo disse não quero que vocês sejam ignorantes, pode-se ter certeza de que aqueles irmãos realmente ignoravam um assunto. Paulo não lhe contou de forma decisiva ou rude, porque foi cortês e diplomático. Poderíamos dizer que ele lhes falava com uma atitude cristã.

E falou-lhes, como diz o versículo 13, dos que dormem. Paulo estava se referindo à morte do corpo. Esta expressão nunca se refere à alma ou ao espírito do homem, porque o espírito do homem não morre. Tomaremos nota disso à medida que continuarmos, mas primeiro é preciso mencionar 4 razões pelas quais a morte do corpo é descrita como estando “adormecido”.

1. Existe uma semelhança entre sono e morte. Um cadáver e um corpo adormecido são, na verdade, muito semelhantes. Às vezes certamente observamos um amigo ou ente querido em seu caixão e alguém certamente observou que ele parecia estar dormindo. De certa forma é verdade. O corpo de um crente está dormindo. Quem dorme não deixa de existir simplesmente porque o corpo está dormindo. O sonho é temporário. A morte também é temporária. O sonho tem o seu despertar; A morte tem sua ressurreição. Não é que a vida seja existência e a morte seja inexistência.


2. Pesquisando, a palavra traduzida como “adormecido” tem sua raiz na palavra grega , que significa “deitar”. E o que é realmente interessante é que a palavra ressurreição é uma palavra que se refere apenas ao corpo e vem de duas palavras gregas, que juntas significa “levantar-se”. E apenas um corpo pode permanecer na ressurreição.

A mesma palavra para “sono” é usada aqui e quando se refere ao sono natural, quando o corpo descansa na cama. Apresentaremos dois exemplos nesse sentido. Em Lucas 22:45, diz, falando de Jesus: “Levantando-se da oração, Jesus foi até onde os discípulos estavam, e os encontrou dormindo de tristeza.” Imaginemos que Pedro, Tiago e João foram dormir num momento de crise. A palavra é a mesma usada aqui em 1 Tessalonicenses. Novamente, em Atos 12:6, diz: “Na noite anterior ao dia em que Herodes ia apresentá-lo ao povo, Pedro dormia entre dois soldados, preso com duas correntes. Sentinelas, junto à porta, guardavam a prisão.” Uma coisa que sabemos com certeza sobre Simão Pedro é que ele não sofria de insônia. Mesmo em tempos de grande crise, ele conseguia dormir. Novamente, a mesma palavra é usada para “sono” e refere-se ao sono natural do corpo.

3. A Bíblia ensina que o corpo volta ao pó do qual foi formado, mas o espírito volta para Deus que o deu. Até o Antigo Testamento ensina isso. Em Eclesiastes 12:7 lemos: “e o pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o deu.” “O pó”, ou seja, o nosso corpo. Em Gênesis 3:19 vemos que Deus disse a Adão. . . pó você é e ao pó retornará. Foi o corpo que foi tirado do pó, e então Deus soprou no homem o fôlego de vida, ou o espírito. É o corpo que irá dormir até a ressurreição, somente o corpo. O espírito do crente retornará para Deus.

O espírito ou alma não morre e, portanto, o espírito ou alma não ressuscitará. Somente o corpo pode deitar-se na morte, e somente o corpo pode ressuscitar, levantar-se na ressurreição. E isso ficou bastante óbvio quando Paulo disse em 2 Coríntios 5:8, que estar ausente do corpo era estar presente diante do Senhor.

O corpo é simplesmente uma tenda frágil que é temporariamente deixada de lado na morte. 2 Coríntios 5:1, 1 “Pois sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos humanas, eterna, nos céus.” A palavra grega para tabernáculo aqui é “kenos”, que significa tenda. Os corpos em que vivemos são tendas. Pode-se viver num palácio de verdade, mas a residência real é na verdade uma pequena tenda. Deus colocou cada um de nós em uma tenda. Aqui não há diferenças entre morar em barraco ou residir em mansão. Todos nós recebemos o mesmo tipo de tenda. Poderíamos reduzir o corpo aos elementos químicos que o compõem, e disseram-nos que o valor total que se obteria seria de cerca de 3 euros, embora a inflação pudesse aumentar um pouco o preço. Então cada um de nós mora em uma tenda que, aliás, tem muito pouco valor. E pode cair a qualquer momento. Na verdade, nossos corpos são extremamente frágeis.

Paulo disse em 2 Coríntios 5:2, “E, por isso, neste tabernáculo gememos, desejando muito ser revestidos da nossa habitação celestial;” E no versículo 4 desse mesmo capítulo diz: “Pois nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos angustiados, não por querermos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida.” Então gememos dentro de nossas tendas. Você já pensou sobre isso?

Lembremo-nos também que Paulo escreveu nesta mesma passagem de 2 Coríntios, desta vez nos versículos 6 e 7: “Por isso, temos sempre confiança e sabemos que, enquanto no corpo, estamos ausentes do Senhor. Porque andamos por fé e não pelo que vemos.” Assim, ao longo de nossas vidas nos sentimos em casa com nosso corpo, afinal é onde moramos. As pessoas realmente não conseguem nos ver. É que estamos escondidos dentro dos nossos corpos. E a casa corporal em que vivemos está, dependendo do caso, em melhor ou pior estado de conservação, mas é onde viveremos enquanto caminharmos nesta terra.

E vemos que neste mesmo capítulo de 2 Coríntios 5:8 Paulo continuou dizendo: ” Sim, temos tal confiança e preferimos deixar o corpo e habitar com o Senhor.” Não podemos imaginar uma experiência mais agradável do que esta. Por isso, quando vamos nos despedir dos restos mortais de um ente querido, não pensamos tanto se ele tem ou não uma aparência natural. Mas saberemos que estamos simplesmente contemplando a tenda que ele deixou, a sua antiga casa, que foi abandonada. Ele ou ela foi para a presença do Senhor. E na ressurreição, esse corpo, como todos nós, será ressuscitado.

Daniel foi outro autor da Bíblia que falou da morte do corpo como um “sonho”. Ele disse em seu capítulo 12:2: “Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, outros para vergonha e horror eterno.”. Ou seja, o pó voltará ao pó, ou seja, ao corpo, mas o espírito vai para Deus que o enviou.

4. Os primeiros cristãos adotaram uma bela palavra para os cemitérios de seus entes queridos: “Por analogia, chama-se cemitério um lugar onde se enterram ou acumulam produtos, tipicamente resíduos e detritos (por exemplo, cemitério de resíduos nucleares). A palavra “cemitério” (do termo latino tardio coemeterium, derivado do grego κοιμητήριον [koimitírion], a partir do verbo κοιμάω [koimáo], “pôr a jazer” ou “fazer deitar”) foi dada pelos primeiros cristãos aos terrenos destinados à sepultura de seus mortos.” pt.wikipedia.org / Cemitério – Wikipédia, a enciclopédia livre

A mesma palavra grega, que significa “uma casa de repouso para estrangeiros, um lugar para dormir”. A mesma palavra passou para outras línguas, por exemplo a nossa, dando origem à palavra “cemitério”. A mesma palavra era usada naquela época para pousadas, o que hoje identificaríamos como um hotel de beira de estrada. São instalações onde se passa uma noite para dormir e no dia seguinte se prepara para continuar a viagem. Esta é uma figura do lugar onde enterramos nossos entes queridos. É um pensamento reconfortante saber que deixamos seus corpos ali até o dia da ressurreição. Um dia o Senhor virá e esses corpos ressuscitarão.

Voltemos agora à consideração do versículo 13 do quarto capítulo de Tessalonicenses. Paulo disse: para que não sofrais, como outros que não têm esperança. O mundo pagão estava sem esperança; Para eles a morte era algo terrível. Em Tessalônica foi encontrada uma inscrição que dizia: “Depois da morte, não se pode voltar à vida; depois da sepultura, não nos veremos mais”. Um poeta grego escreveu: “As esperanças são para os vivos; os mortos não têm esperança”. .” Essas eram as crenças do mundo antigo; Eles estavam tristes e pessimistas.

Os crentes não deveriam sofrer como os descrentes. Quando vamos a um funeral sempre podemos saber se a família do falecido é cristã ou não. Pela forma como expressam a sua tristeza podemos dizer se têm esperança ou não. Os cristãos choram, é claro, não há nada de anormal nisso. Paulo nunca disse que não deveríamos chorar. O que ele disse foi que não deveríamos sofrer como aqueles que não têm esperança. Um cristão sofre a dor pela morte de um ente querido, mas ao mesmo tempo sente o conforto da esperança que tem no retorno de Cristo e na ressurreição dos mortos.

” quando você tiver medo do que é alto e se espantar no caminho; quando florescer como a amendoeira, e o gafanhoto lhe for um peso; e quando você perder o apetite. Porque o ser humano vai à morada eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça. Lembre-se do seu Criador, antes que se rompa o fio de prata, e se despedace o copo de ouro, e se quebre o cântaro junto à fonte, e se desfaça a roda junto ao poço, e o pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o deu.” Eclesiastes 12:5-7

Salomão medita sobre a fragilidade do ser humano conforme o avançar da idade e acaba por descrever a velhice se utilizando de figuras metafóricas, comparando a um tempo em que até os mais fortes tremem, e o peso faz com que os fortes se curvem à realidade.

Agora vamos ler o versículo 5:

“quando você tiver medo do que é alto e se espantar no caminho; quando florescer como a amendoeira, e o gafanhoto lhe for um peso; e quando você perder o apetite. Porque o ser humano vai à morada eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça.”

A primeira frase diz aqui “quando você tiver medo do que é alto”. Pequenas coisas podem trazer preocupação, coisas que antigamente não causava incomodo, ou apreensão, pois as consideramos insignificantes. Viagens por exemplos já não causam aquela fissura de antigamente. As coisas deixam de ser apreciadas como eram antes. Idosos que gostavam de lançar-se em viagens que se afiguravam como verdadeiras aventuras, onde não importavam os meios de locomoção ou a distancia. O gosto pelo imprevisível, da novidade com o passar dos anos mudam e então tudo passa a ser motivo de preocupações. A idade acaba por trazer uma insegurança e mesmo medo de mudança no que foi pensado e planejado, ou o risco que represente um certo grau de perigo.

Então, somos informados aqui seguindo este versículo 5, “quando florescer como a amendoeira”. Quando a amendoeira floresce, apresenta flores brancas. E isso significa que conforme a idade vai avançando mais próximo da velhice nos encontramos, quando a nossa cabeça recebe mais cabelos grisalhos, e avançam até que fiquem brancos, ou se não podem se perder pelo caminho, efeito da calvície.

Mas, Salomão continua a dizendo “e o gafanhoto lhe for um peso”. Como um inseto pequeno e sem peso quase, pode se tornar um fardo? É um dos efeitos causados pela chegada da velhice, pequenos detalhes ou acontecimentos que sempre passaram sem incomodar agora tornou-se um fardo, às vezes pesados demais. As forças falham, a capacidade de resistência já não é a mesma, a paciência esgota-se mui rapidamente. Até pequenas coisas tornam-se fardos.

Então nos é dito aqui neste mesmo versículo 5: “e quando você perder o apetite”. O que acontece é que o corpo do velho fica tão debilitado que às vezes as propriedades estimulantes da comida não fazem mais efeito. Além disso, há perda de apetite. A satisfação se perde.

E finalmente este versículo 5 diz: “Porque o ser humano vai à morada eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça.”

Enquanto nos vemos peregrinando por este mundo, na verdade estamos caminhando em direção ao tumulo, de onde não vamos retornar para este mundo, pois a vida futura será imutável e eterna. Estaremos partindo para um mundo invisível, e os enlutados que seguem o cortejo bem o sabem disso. E os que acompanharem o cadáver pelas ruas até ao tumulo seguirão enlutados, também eles em direção aos seus túmulos.

Continua a descrição lendo o versículo 6 de Eclesiastes 12:

“Lembre-se do seu Criador, antes que se rompa o fio de prata, e se despedace o copo de ouro, e se quebre o cântaro junto à fonte, e se desfaça a roda junto ao poço,”.

Neste versículo temos uma lista de órgãos do corpo. Perto do fim da vida, eles começam a parar de funcionar ou a funcionar de maneira defeituosa. Essa “fio de prata” é a medula espinhal. Esse “copo de ouro” é a cabeça, a cavidade ou receptáculo do cérebro. A eficiência da função cerebral diminui com o aumento da idade e, no momento da morte, deixa de funcionar completamente.

“E se quebre o cântaro junto à fonte” refere-se aos pulmões. “se desfaça a roda junto ao poço” é o coração. O sangue não é mais bombeado pelo corpo. Toda esta descrição é um retrato da deterioração da velhice que acaba por levar à morte. A vida não pode ser mantida sem o funcionamento destes órgãos.

Então no versículo 7 o escritor disse:

“e o pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o deu.”

A alma não dorme. E gostaríamos que aquelas pessoas que usam versículos do livro de Eclesiastes para apoiar suas ideias sobre o sono da alma continuassem lendo até chegarem a este versículo. O corpo descansa, mas o espírito, ou alma, volta para Deus, que o deu. Vale dizer que o Novo Testamento nos assegura que estar ausente do corpo significa estar presente com o Senhor (como vemos em 2 Coríntios 5:8). A alma retorna imediatamente para Deus. O corpo é simplesmente um tabernáculo, uma tenda onde vivemos. É como uma casca externa. A alma estará com Deus.

Salomão nos lembra que, por mais agradável que possamos imaginar nossa vida, mesmo para aqueles que parecem viver uma prosperidade ininterrupta, que parece não acabar jamais, cabe apenas uma breve reflexão sobre seu estado futuro, o que talvez seja o suficiente para azedar sua alegria e trazer a convicção de que toda a felicidade que alguém pode ter desfrutado faz-se inútil quando se faz passado. Não será possível corrigir no futuro o que fizemos no passado.

O tempo é hoje, a salvação é agora e está disponível para todos. o convite tem sido feito afim de preparar o homem para quando este se encontrar com seu Criador.

Assim termina esta imagem afetadora, porém elegante e acabada, da velhice e da morte.

os dois devedores

Um dos fariseus convidou Jesus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar à mesa. E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava jantando na casa do fariseu, foi até lá com um frasco feito de alabastro cheio de perfume. E, estando por detrás, aos pés de Jesus, chorando, molhava-os com as suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos. Ela beijava os pés de Jesus e os ungia com o perfume. Ao ver isto, o fariseu que o havia convidado disse consigo mesmo: — Se este fosse profeta, bem saberia quem e que tipo de mulher é esta que está tocando nele, porque é uma pecadora. Jesus se dirigiu ao fariseu e lhe disse: — Simão, tenho uma coisa para lhe dizer. Ele respondeu: — Diga, Mestre. Jesus continuou: — Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários,e o outro devia cinquenta. E, como eles não tinham com que pagar, o credor perdoou a dívida de ambos. Qual deles, portanto, o amará mais? Simão respondeu: — Penso que é aquele a quem mais perdoou. Jesus disse: — Você julgou bem. E, voltando-se para a mulher, Jesus disse a Simão: — Você está vendo esta mulher? Quando entrei aqui em sua casa, você não me ofereceu água para lavar os pés; esta, porém, molhou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Você não me recebeu com um beijo na face; ela, porém, desde que entrei, não deixou de me beijar os pés. Você não ungiu a minha cabeça com óleo, mas esta, com perfume, ungiu os meus pés. Por isso, afirmo a você que os muitos pecados dela foram perdoados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.” Lucas 7:36-47

Se há algo que nos deixa constrangidos, numa situação desconfortável, é estar em dívida com alguém, seja financeiramente ou moralmente. E no decorrer de nossa vida o que mais juntamos são dívidas para com os outros. Isso significa que estamos em falta.

Esta parábola dos dois devedores fala de perdão e gratidão. Fala sobre um credor que tinha dois devedores, com quantias diferentes, mas que ambos não tinham condições de saldar a dívida. A despeito de que os credores costumam agir de modo inflexível para receber seus dividendos, aquele credor teve uma atitude diferente. Ao invés de prendê-los por inadimplência, agiu com generosidade e perdoou a dívida de ambos. E Jesus termina perguntando qual dos dois devedores revelaria mais gratidão com o credor?

Pelos padrões vigentes à época quanto à receber alguém em casa, sem dúvida Simão, o fariseu, foi, realmente, um mau anfitrião, tendo ignorado a água fresca para a lavagem dos pés de Jesus, e também, que o ósculo era um cumprimento tradicional. Não parece que aqui Jesus esteja atacando os fariseus, mas a um específico, e assim ensinar ao próprio Simão a ver a mulher como Jesus a vê. Como nós temos olhado as pessoas à nossa volta? Temos considerado que todos somos devedores(pecadores), e que necessitamos do perdão de Deus?

Simão tinha convidado o Senhor para uma refeição em sua casa, talvez o motivo do convite tenha sido apenas curiosidade, já que era conhecido e sabido pelo que tinha realizado até então. Ou apenas fez o convite para poder ouvir de Jesus e depois se aprofundar num debate, numa resenha amistosa, tão em voga entre os mestres da lei à época. Muito provavelmente banquetes assim permitiam que as pessoas entrassem para ouvir as conversações. O costume de um bom anfitrião dizia que o convidado fosse recebido de modo afetuoso, com um beijo na face, com água para lavar os pés e óleo para unção da cabeça. Nada o obrigava a fazer isso, mas deveria ter providenciado água para que Jesus pudesse lavar os pés. Simão ignorou tudo isso e nada ofereceu a Jesus.

A Bíblia nos diz que certa mulher pecadora apareceu naquele lugar, levava consigo um vaso de alabastro com um perfume raro, aproximou-se aos pés de Jesus, chorava e suas lágrimas molhavam os pés de Jesus e com seus cabelos ela os secava. Além das lágrimas, derramou o óleo nos seus pés, em adoração. O anfitrião, impressionado, julgou a Jesus em seu coração, se este fosse realmente um profeta, saberia que tipo de mulher era aquela, e a impediria de tocá-lo. Mas Jesus, conhecendo seu interior, propôs esta parábola.

Jesus aqui ensina tanto a Simão quanto a todos nós, a importância de cada um reconhecer-se como pecador, necessitado da graça e perdão. Não importa o tamanho da nossa dívida, somos todos devedores. Mas quanto mais devedores mais gratos devemos ser por termos sido perdoados.

Considerar-se justo diante de Deus sem o sangue de Cristo não dá. Somente através de Cristo podemos ser resgatados. Termos uma posição de boa reputação, sermos estimados por nossa comunidade, e aparentemente apresentar um comportamento irrepreensível, como esse fariseu, não passa de uma conduta religiosa. Todos somos pecadores e não podemos pagar por essa dívida perante Deus nos apoiando em nosso próprio senso de justiça. Necessitamos reconhecer que precisamos da graça e do perdão.

A Bíblia não fala quem era essa mulher, ou qual tinha sido seu pecado, apenas nos mostra que sua atitude foi louvável perante ao Senhor quando ela:

– Creu em Jesus e o procurou;

– Mesmo não sendo bem vinda naquela casa, ela venceu os obstáculos para chegar até Jesus;

– Reconheceu a excelência de Cristo; acima do que a religião ensina;

– Quando reconheceu a graça, a misericórdia e o perdão de Jesus, prostrou-se aos seus pés;

– Através de suas lágrimas demonstrou um coração arrependido;

– Apesar de toda a reprovação daquela platéia, ela humildemente humilhou-se perante a Jesus;

– De joelhos, aos pés de Jesus revelou gratidão e adoração;

– Entregou algo de real valor aos pés de Jesus.

Ao passo que Simão, o fariseu:

– Mostrou que não cria em Jesus;

– Apesar de O receber em sua casa, não ofereceu um mínimo de cortesia e atenção devida a um convidado de honra;

– Colocou-se como juiz sobre a causa de outro, como se fosse superior e melhor;

– Em seu coração julgou a Jesus;

– Diante do Senhor mostrou-se ingrato e descrente, não dispensando-lhe as honras devidas.

Não podemos aceitar a cegueira causada pela religiosidade. Nestes dias o que mais há são crentes que se julgam superiores a todos os outros, seja por conta da denominação que frequentam, seja na maneira de se vestir, seja no jeito de falar. O Evangelho é perdão e salvação. Não há competição.

Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus (Mateus 21.31).

Com que rapidez julgamos pecadores como nós que estão à nossa volta? Sou capaz de demonstrar amor por eles? Qual a minha reação ao ser confrontado diante dos excluídos da sociedade? O que tenho feito por eles?

Os dois alicerces

”— Por que vocês me chamam “Senhor, Senhor!”, e não fazem o que eu mando? Eu vou mostrar a vocês a quem é semelhante todo aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as pratica. Esse é semelhante a um homem que, ao construir uma casa, cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha. Quando veio a enchente, as águas bateram contra aquela casa e não a puderam abalar, por ter sido bem construída. Mas o que ouve e não pratica é semelhante a um homem que construiu uma casa sobre a terra, sem alicerces, e, quando as águas bateram contra ela, logo desabou; e aconteceu que foi grande a ruína daquela casa.” Lucas 6:46-49 e Mateus 7.24-27


Nesta parábola somos instruídos de que uma casa será segura se seus fundamentos estiverem firmes, bem alicerçados, para que quando o mau tempo chegar com seus ventos fortes, suas tempestades, essas ações não venham a comprometer toda a construção. Muitas vezes deixamos nossos sonhos vaguearem por nuvens de contentamento e apenas pensamos em construir uma bela casa, para nossa bela família, para o nosso belo casamento, assim é o sonho do ser humano: ser feliz. Mas geralmente não paramos para refletir que uma construção deve ter bases suficientemente fortes para que ela se sustente de pé diante das grandes tempestades.


Nossa própria vida é uma construção diária, onde pouco a pouco acrescentamos pedras nessa edificação. Nossa vida vai sendo edificada em cada palavra proferida, em cada pensamento tido, em cada desejo, em cada atitude que tomamos, a a cada vez que alcançamos uma realização por menor e simples que seja. Estaremos sendo prudentes em nosso viver, ou somos insensatos? A parábola nos mostra que todos podemos construir, sejamos prudentes ou insensatos. Ao que parece ambos se utilizam dos mesmos materiais para a construção, a diferença está no alicerce de cada uma.

Aqui Jesus começa confrontando seus ouvintes que o chamavam de Senhor, como nós mesmo muitas vezes invocamos Seu nome em busca de bênçãos e auxílio, mas andando por caminhos fora escusos, por caminhos tortuosos. Realmente, é muito fácil e simples traçarmos nosso próprio caminho e nele trilharmos, encontrar os atalhos que o mundo nos oferece, e achamos até justo. E quando algo dá errado… Jesus nos confronta e nos diz que não adianta invocarmos Seu santo nome, suplicamos, clamarmos em lágrimas, se o que Ele nos diz para fazermos apenas ignoramos. Demonstrações externas não são tão importantes quanto a obediência.

Quando é que iremos entender que apenas fazermos confissão de fé não basta, se nossa fé não nos levar à obediência? Não basta chamar Jesus Senhor, Senhor, se como crentes não fazemos o que Ele nos diz. Quem ouve Jesus e age de acordo, certamente, está seguro, pois é como o homem que construiu sua casa na rocha. De que adianta termos ouvidos afiados e atenção plena de bom ouvinte, seremos conhecedores da Palavra, mas não aplicamos a verdade que nos diz o Senhor em nossa própria vida. Isso é apenas uma mão de tinta religiosa. É como aquele que construiu sua casa sem fundamento sobre areia é levada com a água.

Todos estamos sujeitos em algum momento enfrentar momentos difíceis, Jesus nos alertou : “No mundo, vocês passam por aflições; mas tenham coragem: eu venci o mundo.” (João 16:33) Quando entendemos e aceitamos que quem nos sustenta é Jesus, não nossas forças, ou posses, ou status ou poder, nossa casa nunca ruirá pois está bem alicerçada na Rocha que é Cristo.


Tiago 1:22 “Sejam praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando a vocês mesmos.”

o sorriso da maria fernanda

(Smile Vector Template Design Illustration)

Maria Fernanda é assim, quietinha, com ar de tristeza permanente, pede as coisas num tom de voz que a gente precisa se ajoelhar e chegar bem perto para poder ouvir, educada, um ar de sofrimento eterno estampado no olhar. 

Facilmente percebível no meio das outras crianças da CEMEI. Você não sabe se gosta dela porque ela é assim, ou se o sentimento de dó provoca isso. Um dia, aqui na unidade, aconteceu uma certa atividade batizada de “banho de mangueira”. Aquela petizada toda entrando animada pois já antecipavam o que iria acontecer. A Maria Fernanda também estava animada, mas quase não dava para perceber. 

Quando chegou a hora do “banho de mangueira”, o Sol, que havia sido esquecido no sistema de preaquecimento, estava à toda, queimando tudo, e a criançada desce a escada, num desfile variado de roupões, toalhas, chinelos, e vão para o lado externo da CEMEI, onde já estava tudo preparado, EVA’s fazendo sombras, baldes de água, bexigas cheias de água, pistolas de água, mangueira conectada aguardando, em volta professoras doidas para participarem das brincadeiras, mas a liturgia do cargo impedia um maior alvoroço. E chegam as crianças. 

Que bagunça! Quantos risos esvoaçando pelo espaço. Correria. Gritos animados de quem corre atrás e de quem corre na frente com um jato de água caindo como chuva de verão. Aquelas pequenas gentes em sua maioria por certo nunca vivera algo parecido. A alegria incontida era uma mistura de dia das crianças com o dia de Natal, só que sem presentes. Apenas crianças brincando, correndo e se esbaldando sob o “banho de mangueira”. 

Eu, pelos meus próprios impedimentos observava na sombra de um pátio vazio. Quando de repente passa por mim em direção aos banheiros a Maria Fernanda. Ela está com um sorriso tão livre estampado no pequeno rosto que era impossível não perceber. Ouso pensar que aquele dia era um dos dias mais felizes da Maria Fernanda. Foi um dia marcante para ela e para quem foi testemunha e foi agraciado pelo sorriso liberto e feliz da pequena Maria Fernanda, fruto do dia de “banho de mangueira”. 

Roupa Nova e Vinho Novo

“Também lhes contou uma parábola: — Ninguém tira um pedaço de uma roupa nova para colocar sobre roupa velha; pois, se o fizer, rasgará a roupa nova, e, além disso, o remendo da roupa nova não combinará com a roupa velha. E ninguém põe vinho novo em odres velhos, porque, se fizer isso, o vinho novo romperá os odres, o vinho se derramará, e os odres se estragarão. Pelo contrário, vinho novo deve ser posto em odres novos. E ninguém, tendo bebido o vinho velho, prefere o novo, porque diz: “O velho é excelente.””Lucas 5:36-39; Mateus 9:16,17; Marcos 2:21,22

A parábola da roupa nova e do vinho novo foi proferida por ocasião da censura feita pelos líderes religiosos e discípulos de João Batista que acusavam Jesus e os seus discípulos de não jejuarem, como o faziam os discípulos de João Batista. Jesus explica que eles não jejuavam em razão da presença do Messias entre eles. Este era um momento de celebração, mas que um dia eles haveriam de jejuar quando Jesus fosse retirado do convívio deles.

A parábola da roupa nova e do vinho novo mostra o contraste entre a Lei de Moisés e a Nova Aliança, nos ensina como devemos aceitar a graça de Deus, como devemos aceitar o Seu ensino.A tradição judaica através de toda a sua liturgia arraigada com seu legalismo e densa hipocrisia transformaram a lei de Deus em algo penoso, ritualístico sem liberdade. Como acontece em nossos tempos com o evangelicalismo que permeia uma grande parte das inúmeras denominações que através de suas doutrinas tiram a graça de Deus e colocam um fardo pesado para os fiéis. Jesus através desta parábola nos ensina e nos mostra como deve ser nossa aceitação da graça abundante de Deus.

Jesus nos convida a repensar no que estamos depositando nossa fé e esperança. Nos atiça a pensar se não estamos retalhando uma colcha nova para dela fazermos uma reforma numa colcha velha e cheia de buracos e a transformarmos numa vistosa colcha de retalhos. O Senhor compara uma pessoa que não experimentou a conversão a uma roupa velha, manchada pelo tempo, suja pelo uso, gasta. Esse somos nós aos olhos de Deus antes que o Espírito Santo opere em nós a obra de regeneração em nossas almas. Não há possibilidade alguma de que uma reforma moral ou religiosa limpará a mancha dos nossos pecados ou que possa transformar nosso caráter mau por essência. O evangelho de Jesus Cristo não se junta ao legalismos religioso e distorcido defendido por algumas lideranças religiosas, embebidos numa hipocrisia cruel.O Evangelho produz vida, reproduz amor e verdade. É graça derramada por Cristo.

Da mesma forma, a parábola do vinho novo salienta que o processo natural de fermentação deve ser de acordo, um odre novo recebe um vinho novo e ambos vivem o processo e se expandem. Do contrário, um odre velho tendo alcançado já sua dilatação não sustem a fermentação de um vinho novo, não possuindo mais elasticidade explode e ambos se perdem. O vinho está na maioria das vezes associado à alegria, e o vinho novo representa a alegria da salvação. Mas o sistema religioso legalista, tão carente de alegria, não possui espaço para a alegria ministrada por Jesus Cristo.

O apego às tradições humanas acabam por nos afastar de Deus. Se juntarmos a Lei e a Graça não teremos nem a Lei e tampouco a Graça. Assim, permitamos que a graça de Deus inunde nossas vidas, encharcando todas as áreas de nossas vidas. Esta mensagem nos diz como encontrar uma vida nova e a paz com Deus através de Seu Filho Jesus Cristo. Mais que uma reforma, o que precisamos é de uma transformação. “Quanto à maneira antiga de viver, vocês foram instruídos a deixar de lado a velha natureza, que se corrompe segundo desejos enganosos, a se deixar renovar no espírito do entendimento de vocês, e a se revestir da nova natureza, criada segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.” Efésios 4:22-24

Parábola dos lavradores maus

“A seguir, Jesus passou a contar ao povo esta parábola: — Certo homem plantou uma vinha,arrendou-a para uns lavradores e ausentou-se do país por prazo considerável. No devido tempo, mandou um servo aos lavradores para que lhe dessem do fruto da vinha. Mas os lavradores, depois de espancá-lo, o despacharam de mãos vazias. Em vista disso, enviou-lhes outro servo, mas também a este espancaram e, depois de insultá-lo, despacharam de mãos vazias. Mandou ainda um terceiro; também a este, depois de feri-lo, o expulsaram. Então o dono da vinha disse: “Que farei? Enviarei o meu filho amado; talvez o respeitem.” — Mas, quando os lavradores viram o filho, começaram a discutir entre si: “Este é o herdeiro; vamos matá-lo, para que a herança seja nossa.” E, lançando-o fora da vinha, o mataram. — Que lhes fará, pois, o dono da vinha? Virá, exterminará aqueles lavradores e entregará a vinha a outros. Ao ouvir isto, disseram: — Que tal não aconteça! Mas Jesus, com o olhar fixo neles, disse: — Que quer dizer então o que está escrito: “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a pedra angular”? Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó. Naquela mesma hora, os escribas e os principais sacerdotes procuravam prender Jesus, porque entenderam que ele havia contado essa parábola contra eles; mas temiam o povo.Lucas 20:9-19; Marcos 12:1-12 e Mateus 21:33-46

Todas as versões contidas nos evangelhos sinóticos nos afirmam que os sacerdotes membros do Sinédrio entenderam perfeitamente que a parábola lhes era dirigida, que eles que eles seriam os lavradores, mesmo que tenham inicialmente se perguntado se não seriam os arrendatários uma representação dos romanos que ocupavam então as terras. Era comum que o proprietário das terras fizesse arrendamento a lavradores e no tempo da colheita este voltava e recebia o valor devido pelo arrendamento, e quando acontecia algo e o proprietário não tinha herdeiros os trabalhadores tinham direito à terra.

Nosso Senhor conta esta parábola num formato de denúncia contra Israel. O Senhor chamou, escolheu Israel, o cultivou com amor sem medida, como um pai para com seu filho. Livrou-o de mãos inimigas, tirou-os da escravidão, e sujeitou-lhes nações inimigas poderosas, a fim de dar-lhes Canaã. E ainda assim a nação rejeitou ao Senhor, indo atrás de outros deuses.

Na demonstração de amor por Israel o Senhor esperava retribuição através da devoção, da busca pela santificação e obediência aos Seus mandamentos. Mas Israel rejeitou as leis e os servos do Senhor enviados até eles e seguiu seus próprios passos.

Esse é um alerta para nós hoje, que vivemos numa sociedade onde a criação tornou-se seu próprio deus pessoal, e que o verdadeiro e único Deus é apenas e puramente amor, esqueceu-se que Deus é amor sim, mas também é justiça, e haverá um dia em que toda desobediência será punida.

Nesta parábola podemos ver esse engano na reação dos lavradores maus. Deus espera de nós obediência e quando não a entregamos estaremos sujeitos ao Seu julgamento. Quando rejeitamos ao Senhor trilhamos caminhos perigosos e hoje temos uma abundância de informação que nos possibilita saber e aprender mais de Deus em Sua palavra, a Bíblia.. E que nela há promessas de bênçãos, sim, mas, também, de repreensão. 

O dono da vinha continuou a enviar os seus servos aos agricultores para descobrir como as coisas estavam se desenvolvendo, entretanto, um a um, os servos foram espancados e insultados. Deus havia enviado profeta após profeta a Israel, que foram completamente rejeitados. Muitos deles foram apedrejados e mortos. Finalmente, o Pai enviou Seu Filho. Ele não se tornou Filho ao ser enviado, Ele foi enviado por ser Seu Filho.

O Senhor estava lhes dizendo que eles poderiam matá-Lo, mas eles não poderiam destruir o propósito de Deus. A Pedra que eles rejeitaram se tornaria a pedra angular do edifício. Esta foi uma predição clara da rejeição do Senhor e do triunfo subsequente. Israel caiu sobre essa pedra e acabou em pedaços, e essa mesma pedra um dia cairá sobre a igreja moderna e hipócrita de todos os tempos, reduzindo-a ao pó.

Jesus encerra a parábola falando sobre o julgamento que enfrentarão todos os que O rejeitam, mas àqueles que O aceitar receberá a vinha como herança arrancada daqueles trabalhadores maus. Todos os que crerem em Jesus Cristo e Seu sacrifício, e O tomar como seu Salvador, receberão os privilégios das promessas de Deus e encontrarão redenção. Porque Deus é justo e amoroso, e aos que O buscam encontram Seu favor e Sua presença. O que foi desprezado pelos judeus foi abraçado pelos gentios. Devemos nos perguntar se nós, na qualidade de lavradores da vinha, que usufruímos de todas as vantagens dela, será que damos frutos ao tempo certo?

Parábola da Moeda Perdida

“— Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma delas, não acende a lamparina, varre a casa e a procura com muito empenho até encontrá-la? E, quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: “Alegrem-se comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido.” Eu afirmo a vocês que a mesma alegria existe diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende..” Lucas 15:8-10

Esta é a segunda figura do tríptico. A moeda era um dracma, uma moeda de prata grega, que só é mencionada aqui no Novo Testamento e que era aproximadamente equivalente ao pagamento de um dia de trabalho manual. Esta moeda era provavelmente parte de uma fileira de moedas que formavam uma grinalda, indicando que a mulher era casada. Perder uma parte desse artefato era como perder uma pedra de uma aliança de casamento. A mulher ilustra a obra do Espírito Santo, cujo ministério é garantir que cada um daqueles que pertencem ao noivo (isto é, Jesus Cristo) esteja presente no casamento. Cada moeda estará em seu lugar. Cada um deles é valioso para Ele.

Se na parábola da ovelha perdida vemos simbolizada a ternura de Deus por nós, aqui, nesta parábola podemos ver através da diligência e o cuidado daquela mulher, um quadro de zelo divino. Talvez falasse para o grupo de mulheres que tinham pouca ou nenhuma experiência na procura de ovelhas, mas intimamente, acostumadas com o espaço de sua casa. E assim como na parábola da ovelha perdida apresenta uma característica com um profundo significado espiritual, assim também como a relação daquela mulher e sua moeda. A ovelha se desgarrou do aprisco e aqui a moeda perdeu-se , foi perdida, em casa por sua dona, seja devido ao seu relapso, desatenção, falta de cuidado ou acidente acabou perdida.

Perder-se em casa! Isso abre a possibilidade de uma alma perder-se em casa, seja num lar cristão, ou mesmo dentro de uma igreja. Será que não convivemos com alguém que esteja, tal aquela dracma, perdido seja em nossa casa ou na igreja a que somos filiados? Talvez sejamos nós próprios os perdidos! Quem não deixa o que está fazendo para procurar um dinheiro dado como perdido em sua casa? A dracma sendo um pagamento por um dia de trabalho, trazendo para nossos dias, onde a jornada diária ficaria entre R$ 50 e R$ 100,00, seria uma perda não desprezível.

Parece que o Senhor está falando diretamente à liderança religiosa, e seu sistema cheio de leis, normas, ordenanças e regras, de que eles deveriam considerar melhor os grupos vulneráveis da comunidade a que deveriam servir, ao invés de se trancarem dentro de seus palácios. Que se faz necessário olhar mais de perto as necessidades da sua comunidade. Para preservação, não importa tanto separar-se dos pecadores e deixá-los perdidos, já que pecadores somos todos, mas que o importante é ser encontrados pelo zelo de Jesus Cristo e ser conduzido por Ele ao Seu grupo.

A dracma perdida era parte integrante de uma grinalda, presente do noivo, representava seu compromisso público perante a sociedade local, de que entre os dois havia uma aliança que se consumaria logo mais. Mulheres palestinas pobres recebiam como dote de casamento dez dracmas que simbolizava a aliança de compromisso, essas moedas formariam uma grinalda. Se não apresentavam um valor monetário alto, seu valor sentimental era grande, pois seria essa grinalda que seria colocada sobre a cabeça da mulher. Quando ela saía de casa, essa grinalda fazia parte de sua indumentária. Nessa peça em questão, havia dez dracmas, e se estivesse incompleto, ela não poderia usá-lo, o que representaria um risco ao compromisso assumido com o noivo. Perder uma dessas moedas seria extremamente penoso, sem contar que sair com a grinalda incompleta seria motivo de vergonha certa para aquela mulher judia do século I.

A igreja de hoje, infelizmente, nem pode ser comparada com aquela mulher, hoje a igreja se apresenta com valores perdidos, incompleta diante do compromisso assumido diante do Noivo. Mas como resgatar esses valores, que parecem ter sido sufocados pelas pautas mundanas atuais? Como recuperar a honra perante um mundo que chafurda em lama de pecado e tem a ousadia de apontar o dedo infecto e nojento para nós, graças às práticas espúrias, à corrupção generalizada, e a avidez pelo poder dos lideres religiosos desta terra?

Jamais deveríamos correr o risco de desprezar aqueles, que como a dracma da parábola, encontra-se extraviada, porque o Senhor a busca. Não se trata apenas de uma “dracma” que o mundo até despreza, mas o valor não está em que se perdeu, mas em Quem o encontra. Há festa no céu pois, assim como aquela mulher da dracma tanto se alegrou por encontrar a sua moeda, somos de Deus, feitos por Ele, há festa porque algo que Lhe pertence por direito, foi encontrado.

o bom samaritano

Lucas especializou-se em parábolas, assim como Marcos em milagres, e foi responsável por certas parábolas que estão entre as partes mais conhecidas da Bíblia. A Parábola do Bom Samaritano é provavelmente a história mais conhecida no texto bíblico. Alguns críticos literários consideram-na como uma das maiores histórias já contadas. A parábola do Bom Samaritano veio em resposta a uma pergunta sobre a vida eterna, feita no versículo 25 deste Lucas 10:  ” E eis que certo homem, intérprete da Lei, se levantou com o objetivo de pôr Jesus à prova e lhe perguntou: — Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”  

Não se tratava de uma pergunta honesta, mas era uma boa pergunta e uma pergunta até normal, que era feita por um intérprete da lei e, nesse sentido, representava mais um desafio ao Mestre. Talvez esperasse que Jesus dissesse algo que discordasse das tradições judaicas. O Senhor tinha uma maneira muito apropriada de lidar com as perguntas. Ele respondeu-lhe fazendo uma outra pergunta, que é conhecida, a propósito, como o método socrático, pois fora usado pelo filósofo grego Sócrates. O método permite que aquele que faz a pergunta seja aquele que a responde. Então o intérprete tentou colocar Jesus no banco das testemunhas e Jesus inverteu a situação. Vejamos o versículo 26:

Então Jesus lhe perguntou: — O que está escrito na Lei? Como você a entende?”

Aqui podemos ver que Jesus sabia que ele era um especialista na lei de Moisés. Os versículos 27 e 28 nos diz:

A isto ele respondeu: — “Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, com todas as suas forças e todo o seu entendimento.” E: “Ame o seu próximo como você ama a si mesmo.” Então Jesus lhe disse: — Você respondeu corretamente. Faça isto e você viverá.”

Palavras, até aquele momento, coerentes e verdadeiras, pois realmente devemos crer em Deus de forma completa, com o coração, com a alma, com todas as nossas forças e com todo nosso entendimento. Evidentemente, a resposta de Jesus foi muito afiada e penetrante, com um conselho que terminaria ali aquela conversa. Vamos ler o versículo 29:

Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: — Quem é o meu próximo?”

Observemos que o Senhor disse ao intérprete que ele havia respondido corretamente. Lembremo-nos também de que este incidente ocorreu antes de Cristo morrer na cruz. Isso significa que uma pessoa pode ser salva guardando a lei? Sim, mas vamos continuar o argumento até o fim. Não são os ouvintes da lei, mas aqueles que cumprem a lei que são justificados. E se dissermos que podemos guardar a lei, devemos nos lembrar de que Deus nos contradiz. Ele diz que é impossível ser justificado pela Lei porque ninguém é capaz de cumpri-la. Paulo disse em Gálatas 2:16, “sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Jesus Cristo, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois por obras da lei ninguém será justificado.”  E  o mesmo Paulo disse em Romanos 8:3, 4: “Porque aquilo que a lei não podia fazer, por causa da fraqueza da carne, isso Deus fez, enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no que diz respeito ao pecado. E assim Deus condenou o pecado na carne, a fim de que a exigência da lei se cumprisse em nós, que não vivemos segundo a carne, mas segundo o Espírito.”

Tanto os doutores da lei, quanto os fariseus eram mais conhecidos por sua falta de amor ao próximo, já que consideravam como próximos somente sua descendência, e ainda assim os que, aos seus olhos, fossem considerados puros. Se esse intérprete da lei tivesse sido honesto, o que ele não foi, ele teria dito: “Mestre, eu sinceramente tentei amar a Deus de todo o meu coração, poder, força e mente, e ao meu próximo como a mim mesmo. Mas não posso. Fracassei miseravelmente. Então, como posso herdar a vida eterna?” Mas, em vez de ser sincero, ele adotou uma tática evasiva e disse: “Quem é o meu próximo?” Foi então que Cristo deu-lhe a resposta à sua pergunta, que é a Parábola do Bom Samaritano. É uma história simples, mas maravilhosa, onde Jesus explica da necessidade de reconhecermos, cada pessoa, homem ou mulher, como filhos de Deus, e como nosso próximo.. Vamos ler os versículos 30 a 32:

  “Jesus prosseguiu, dizendo: — Um homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de alguns ladrões. Estes, depois de lhe tirar a roupa e lhe causar muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto. Por casualidade, um sacerdote estava descendo por aquele mesmo caminho e, vendo aquele homem, passou de largo. De igual modo, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, passou de largo. “

É possível que esse intérprete da lei fosse um levita e que, quando ouvisse isso, se sentisse irritado, para ser aludido de maneira pessoal. Vamos continuar lendo os versículos 33 a 37: 

Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou perto do homem e, vendo-o, compadeceu-se dele. E, aproximando-se, fez curativos nos ferimentos dele, aplicando-lhes óleo e vinho. Depois, colocou aquele homem sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, separou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: “Cuide deste homem. E, se você gastar algo a mais, farei o reembolso quando eu voltar.” Então Jesus perguntou: — Qual destes três lhe parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos ladrões? O intérprete da Lei respondeu: — O que usou de misericórdia para com ele. Então Jesus lhe disse: — Vá e faça o mesmo!”

Podemos ver 3 tipos de pessoas, representando 3 modos de vida:

(1) O ladrão: seu modo de vida não respeita a propriedade dos outros. Vai numa linha de: “O que quero eu pego, o que você tem é meu”. 

(2) O Sacerdote e o Levita: Seu modo de vida expressa: “O que eu tenho é meu”. Isso é individualismo puro e simples. É um egoísmo que ignora todo sofrimento ou necessidade alheia aos seus. É como um capitalismo selvagem e ímpio.

(3) O Bom Samaritano: Seu modo de vida diz: “O que eu tenho, pertence a você”. Esta seria a filosofia de vida cristã. Em outras palavras, seria expresso assim: “O que eu tenho é seu, se é que pode ser de ajuda para você”. Todas as coisas pertencem a Deus e nós somos Seus mordomos.

A intenção do Senhor era que aplicássemos essa parábola à nossa própria situação. Dizem-nos que um homem desceu de Jerusalém a Jericó e caiu nas mãos de ladrões. Esta é uma figura da humanidade. É a raça que remonta a Adão. Figurativamente falando no contexto da parábola, a humanidade veio de Jerusalém, o lugar onde os seres humanos podiam se aproximar de Deus, e se dirigiu a Jericó, a cidade que havia sido amaldiçoada no Antigo Testamento por suas práticas pagãs destrutivas para o homem. Histórica e espiritualmente, a humanidade caiu e se viu impotente, sem esperança e incapaz de sair daquela situação e se salvar. Ela estava espiritualmente morta em pecado, como aquele homem que, ferido por ladrões, jazia quase morto. Os ladrões são uma figura do diabo, que, de acordo com João 8:44, tem sido um assassino desde o princípio. Sobre este assunto, em João 10:8, o Senhor disse: “Todos os que vieram antes de mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não lhes deram ouvidos.”

 E quando a multidão veio a Ele para prendê-Lo, Ele lhes diria, em Mateus 26:55: “Vocês vieram com espadas e porretes para prender-me, como se eu fosse um salteador? Todos os dias, no templo, eu me assentava ensinando, e vocês não me prenderam.”

Então o texto nos diz que um certo sacerdote passou pelo mesmo caminho, mas no lado oposto. Ele representava o ritualismo e o cerimonialismo, que não podem salvar o ser humano. Então veio um levita, que também passou pelo lado oposto. Ele representava o legalismo. O ritualismo, as cerimônias e o legalismo não podem salvar. Então um certo samaritano passou. Quem ele representava? Foi precisamente ele quem proferiu a parábola. Quando o ritualismo, o cerimonialismo, o legalismo e a religião não puderam fazer nada para ajudar aquele homem, Cristo veio. Ele é capaz de cuidar do pecador perdido, que está meio morto, perdido e controlado por sua maldade e pecados, porque ele é o único que pode ajudá-lo.

Esta parábola tem uma aplicação prática para você e para mim hoje. Qualquer pessoa que você possa ajudar é o nosso próximo. As pessoas precisam de Cristo, o Bom Samaritano. Há muita conversa sobre levar o evangelho a todos, mas não tanto esforço é investido em garantir que as pessoas realmente e pessoalmente conheçam a Cristo.

O mundo de hoje está na condição daquele homem que caiu entre os ladrões, e ele precisa urgentemente da nossa ajuda. O mundo precisa de Cristo. Jesus aqui nos ensina que não basta segui-lO, apenas, se nossas atitudes não forem de um verdadeiro discípulo. Não devemos nos portar como aqueles homens, cheios de religiosidade e pretensa santidade, mas que quando não estão sob os holofotes passavam ao largo dos problemas dos outros. O que agrada a Deus é uma atitude de bondade, é uma ação de misericórdia com o próximo, um coração verdadeiro ama ao próximo.

E o nosso próximo não é quem queremos, ou alguém de quem gostamos, ou ainda que está muito próximo de nós. Quando se trata do próximo não há referências. Jesus nos amou sendo nós ainda miseráveis pecadores. Esse é o modelo.

Parábola da Ovelha Perdida

“Então Jesus lhes contou esta parábola: — Qual de vocês é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? E, quando a encontra, põe-na sobre os ombros, cheio de alegria. E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: “Alegrem-se comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.” Digo a vocês que, assim, haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.”

Esta é a primeira figura do tríptico(conjunto de três pinturas unidas por uma moldura tríplice)as outras são: a parábola da dracma perdida e a parábola do filho pródigo. O pastor nesta parábola é o grande Pastor, Jesus Cristo. Nós somos as ovelhas. Ele tinha 100 ovelhas e uma delas estava perdida. Francamente, começar com 100 ovelhas e terminar com 99 foi um resultado aceitável. No entanto, este Pastor não estava satisfeito com apenas 99 ovelhas. Quando uma delas se perdeu, ele saiu para procurá-la. Quando a encontrou, colocou-a sobre Seus ombros, que era o lugar e símbolo da força. Ele foi e é capaz de salvar para sempre.  Esta parábola é uma figura do Senhor Jesus Cristo buscando aqueles que pertencem a Ele.

Quando nosso Senhor veio reivindicou para Si o título de Bom Pastor. Enquanto aqui em Lucas Ele procura as ovelhas, no Evangelho Segundo João Ele dá Sua vida, Ele morre por elas. Não significa que haja preferência pelo pecador em detrimento dos justos, nem que os justos sejam hipócritas, mas que fica evidente o mistério que é o amor do Pai, que se alegra em acolher o pecador arrependido ao lado do justo que persevera.

Há aqui uma narrativa complicada. Como pode um pastor responsável deixar, sozinhas, noventa e nove ovelhas e partir atrás de uma única ovelha? Naquela realidade cultural os pastores não deixavam as ovelhas sozinhas, abandonadas. Pastoreavam em grupos ou as deixavam em local seguro. Na parábola a situação é clara e direta: o pastor está comprometido com a ovelha que se perdeu, e as restantes estão em lugar seguro, o que demonstra que o pastor é responsável e dedicado ao seu rebanho, não importando o tamanho do rebanho.

Esta parábola é uma resposta do Senhor para as atitudes irresponsáveis das lideranças religiosas frente às necessidades dos membros das suas comunidades. Quantas ovelhas se encontram perdidas por não serem bem cuidadas, bem alimentadas, por esse imenso sistema religioso encravado em nossos dias, com tantas regras e liturgias? De acordo com o Evangelho de Jesus, os marginalizados, oprimidos e necessitados requerem uma atenção mais responsável por parte da liderança religiosa, o que não vem acontecendo desde os tempos de Jesus.

A parábola nos ensina que uma pessoa importa para a vida cristã, ao contrário do que costumamos pensar, olhamos com muito mais cuidado as noventa e nove do que uma que se desgarrou. Para nosso bem, o Bom Pastor não age dessa forma. Pois para Ele, nenhuma das Suas ovelhas poderá ficar perdida em definitivo.

Passamos nossas vidas buscando abrigo em tantos lugares, em tantas religiões, em riquezas e poder, em status social, em fama ou qualquer outra coisa que pensamos irá nos trazer satisfação e preenchimento das lacunas em nosso coração. Porém quando somos encontrados e resgatados, quando somos acolhidos nos braços do Bom Pastor, entendemos que não encontramos a Cristo mas que Cristo é quem nos encontrou.

Aos que se sentem desgarrados, perdidos, abandonados, ouçam a voz do Bom Pastor chamando de volta à segurança de Seu aprisco.

RENOVANDO A CONFIANÇA EM DEUS

“Por meio do Espírito Santo, que habita em nós, guarde o bom tesouro que lhe foi confiado.” 2 Timóteo 1:14 

Deus habita em todos nós, nesse sentido, quando olhamos para o presente ou para o futuro, precisamos, antes de mais nada, entregar nossa vida ao Pai e ter a confiança que ele está ao nosso lado. Deus conhece nossas fragilidades, nossos medos e necessidades e nos guiará sempre pelos melhores caminhos. É como se duas pessoas se associassem uma à outra, e que só conseguirá manter um relacionamento estreito comunicando-se mais abertamente uma com a outra, com respeito mútuo. 

Neste nosso tempo atual, o ritmo que a vida nos dita, onde o tempo é cada vez mais escasso, e estamos sempre aceitando nos sobrecarregarmos com nossas relações sociais. nossos empregos, relacionamentos complicados com tendencias malignas, onde tudo acaba por exercer uma atração muito forte e cada vez mais presente. Essas coisas acabam por perturbar nosso coração além do necessário. Sejam pessoas, sejam acontecimentos que vão marcando o mundo, como o aumento de atos violentos, com um viés maligno, essas coisas vão atrapalhar nosso relacionamento com Deus. Acabamos nos afastando de Deus quando enfrentamos problemas, e estando longe é difícil aquietar e nos aproximarmos de Deus e buscar Dele orientação, esclarecimento, acolhimento. Nossa tendencia é buscar resolver tudo com nossa força de vontade e capacidade intelectual, sem orientação ou propósitos corretos. Como resolver? 

“Ao que Jesus lhes disse: — Tenham fé em Deus. Porque em verdade lhes digo que, se alguém disser a este monte: “Levante-se e jogue-se no mar”, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele. Por isso digo a vocês que tudo o que pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim será com vocês.”  Marcos 11:22-24 

“Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando, pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento.” Tiago 1:6 

Nessa relação de entrega e escuta é preciso confiarmos nossa vida ao Pai, é preciso nos mantermos atentos às suas respostas e chamados, acreditando, sempre, que ele é o nosso abrigo, nossa rocha. É o que podemos enxergar e refletir, exercitarmos como nos ensina o Salmo 31:  

“Em ti, Senhor, me refugio; não seja eu jamais envergonhado; livra-me por tua justiça. Inclina-me os ouvidos, livra-me depressa; sê o meu castelo forte, cidadela fortíssima que me salve. Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; por causa do teu nome, tu me conduzirás e me guiarás.” Salmos 31:1 

FORTALECENDO A FÉ 

“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem.”(Hebreus 11:1) 

“Ao que Jesus lhes disse:— Tenham fé em Deus.” (Marcos 11:22) 

“Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus;“(Efésios 2:8) 

A fé é um dom de Deus que se fortalece através de nossas orações e momentos de conexão com Cristo. Ao iniciarmos o dia, nada melhor que renovarmos nosso compromisso com a capacidade de crer em Deus e também em nossos irmãos.  A fé precisa ser alimentada constantemente, a cada instante é preciso se exercitar na fé, tal um atleta que precisa se exercitar para criar força. Um músculo depende de alimento, mas se não houver exercício, aumenta, mas de gordura, flácido e fraco. 

“Eu creio! Ajude-me na minha falta de fé!” (Marcos 9:24) 

Diante de uma situação em que os discípulos não souberam como exercer a fé, foi preciso que Jesus repreendesse aquele instante de incredulidade, e um homem assumindo sua fraqueza na fé, passou a crer e recebeu seu milagre. Fé não é um posicionamento, jogo de palavras apenas, é algo sobrenatural. 

“Ao que o Senhor respondeu: — Se vocês tivessem fé como um grão de mostarda, diriam a esta amoreira: “Arranque-se e transplante-se no mar.” E ela obedeceria.” (Lucas 17:6) 

Quando Jesus declara em comparação que a fé é como um grão de mostarda está mostrando que não importa o tamanho, mas a força. Até mesmo uma pequena semente consegue mover-se sob a terra e fazer subir acima do solo. Ninguém vê a semente enterrada, apenas será vista quando a mesma brotar. Assim a fé não é pela aparência, mas pelo poder de Deus. 

“E o Deus da esperança encha vocês de toda alegria e paz na fé que vocês têm, para que sejam ricos de esperança no poder do Espírito Santo.” (Romanos 15:13)  

ESPERANÇA E RENOVAÇÃO 

“Esperança adiada faz adoecer o coração; desejo cumprido é árvore de vida.” (Provérbios 13:12) “Porque na esperança fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança. Pois quem espera o que está vendo?” (Romanos 8:24) “Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé.” (Gálatas 5:5) “Pois tu és a minha esperança, Senhor” (Salmos 71:5) 

A esperança é um sentimento muito positivo em nossas vidas. Com ela, passamos a encarar as nossas trajetórias com mais sentido e perspectiva. É convicção da realidade de algo que esperamos. É algo maior que a expectativa, é confiança. A Bíblia nos diz: “Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, cuja esperança está no Senhor, seu Deus, que fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e mantém para sempre a sua fidelidade.” (Salmos 146:5,6) 

Igualmente, quando falamos em esperança, logo também nos referimos à confiança que temos em Deus. Ao crermos no Pai, passamos a encarar nossas vidas com mais calma e paz interior, respeitando o tempo dos acontecimentos.  

“Bendito aquele que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor. Porque ele é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, porque as suas folhas permanecem verdes; e, no ano da seca, não se perturba, nem deixa de dar fruto.”(Jeremias 17:7,8) 

Apeguemos-nos com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel.” Hebreus, 10, 23 

“Que o Deus da esperança encha vocês de completa alegria e paz na fé, para que vocês transbordem de esperança, pela força do Espírito Santo.” (Romanos, 15,13) 

RENOVAÇÃO 

Por fim, quando estamos passando por momentos difíceis, com a impressão de que a cada dia eles aumentam, ou até mesmo quando buscamos algum sentido em tudo que estiver acontecendo, ainda assim deixemos que a Palavra de Deus nos estimule a fé e mantenha viva nossa esperança. É preciso criar o hábito diário e meditar, de buscar manter sempre viva a conexão com o Pai. Certamente nosso coração transbordará de alento e alegria. 

Paulo sempre se apresentava seguro e convicto, e em todos os momentos sua satisfação estava em gloriar-se na expectativa da glória de Deus: 

“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual obtivemos também acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança, a perseverança produz experiência e a experiência produz esperança. Ora, a esperança não nos deixa decepcionados, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi dado.” (Romanos 5:1-5) 

Ao sermos expostos à revelação da glória de Deus é que percebemos que há muito mais do que podemos imaginar, há muito mais além da existência humana. Quem nos alimenta e sustenta nossa fé são as Escrituras Sagradas. A ela devemos nos apegar e buscar sentido para tudo: 

“Pois tudo o que no passado foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.”(Romanos 15:4) 

“Por isso não desanimamos. Pelo contrário, mesmo que o nosso ser exterior se desgaste, o nosso ser interior se renova dia a dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um eterno peso de glória, acima de toda comparação, na medida em que não olhamos para as coisas que se veem, mas para as que não se veem. Porque as coisas que se veem são temporais, mas as que não se veem são eternas.” (2 Coríntios 4:16-18) 

“Que o próprio Jesus Cristo, nosso Senhor, e Deus, o nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança, pela graça, console o coração de vocês e os fortaleça em toda boa obra e boa palavra.”(2 Tessalonicenses 2:16,17) 

As más notícias aos nos bombardearem, acabam por enchermos de um pessimismo assustador. Mas as Boas Novas do Evangelho estão para dar a todos quantos queiram esperança. Não importa o quão desanimados possamos estar. Muitas pessoas estão sendo oprimidas por conta da decepção que a vida lhes trouxe, acabam ficando doentes e não conseguem enxergar esperança alguma. Mas nossa esperança vem de Deus, está em Deus e vai em direção a Deus e Seu Cristo, nossa única garantia de vitória. 

“Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação e perseverem na oração.” (Romanos 12:12) 

JESUS E A PÁSCOA

Para os que professam sua fé em Cristo Jesus, a Páscoa está relacionada diretamente à morte e ressurreição de Jesus.  Nos Evangelhos estão registrados vários relatos de celebração da Páscoa durante a vida de Jesus: 

-“Todos os anos os pais de Jesus iam a Jerusalém, para a Festa da Páscoa.” Lucas 2:41 

“Estando próxima a Páscoa dos judeus, Jesus foi para Jerusalém.” João 2:13 

-“Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi para Betânia, onde estava Lázaro, a quem ele tinha ressuscitado dentre os mortos.” João 12:1 

“Antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.” João 13:1 

Nessa época um cordeiro era sacrificado na área do Templo e seu sangue era espargido por um sacerdote sobre o altar. A refeição podia ser consumida em qualquer casa da cidade. O costume era reunirem-se em grupos, assim como foi feito no Cenáculo por Jesus e seus discípulos.  

Nessa ocasião, estima-se entre 60 mil e até 180 mil judeus passando por Jerusalém, a festa era vedada aos gentios, mas se aceitava os prosélitos que satisfizessem as exigências para a celebração. 

Jesus e a Páscoa 

“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós. Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca. Como cordeiro foi levado ao matadouro e, como ovelha muda diante dos seus tosquiadores, ele não abriu a boca.” Isaías 53:6,7 

 João, o Batista declarou: 

“vendo que Jesus vinha em sua direção, João disse: — Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” João 1:29 

Durante a Festa da Páscoa em Jerusalém Jesus foi traído, preso e crucificado. Considerando que era sexta-feira quando tudo aconteceu, na quinta-feira anterior Jesus e seus discípulos comeram o cordeiro pascal. A última ceia pascal, dentro de uma tradição dada no Egito. Ninguém mais deveria sacrificar um cordeiro, pois o Cordeiro de Deus seria sacrificado, um sacrifício derradeiro e perfeito, não seria necessário qualquer complemento. 

Com a última Páscoa nasceu a primeira Ceia. Um memorial para celebrar a lembrança do sacrifício de Cristo em nosso lugar. 

A Páscoa judaica era uma celebração temporária, Cristo é a nossa Páscoa perfeita. Paulo foi claro em: “Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado.” 1 Coríntios 5:7. Ali Seu sangue foi derramado satisfazendo a justiça de Deus, por isso Páscoa, para nós, significa que pelos méritos de Jesus naquela cruz, a ira de Deus “passa” por nós como que pelos antigos umbrais do Egito, pois o precioso sangue de Cristo nos justificou. 

“Pois eu digo a vocês que, de agora em diante, não mais beberei do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus. E, pegando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: — Isto é o meu corpo, que é dado por vocês; façam isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois da ceia, pegou o cálice, dizendo: — Este cálice é a nova aliança no meu sangue derramado por vocês.” Lucas 22:18-20 

A celebração da Páscoa com Cristo não tem nada a ver com os símbolos conhecidos hoje em nosso tempo. O verdadeiro significado da Páscoa, está escrito na Bíblia, e hoje podemos considerar a maior das festas cristãs, mais até que o Natal. Pois se no Natal é anunciado o nascer de Jesus, na Páscoa é anunciada nossa passagem da escravidão do pecado e da morte para a liberdade da vida em Deus. 

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16) “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores.” (Romanos 5:8) “e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” (1 João 1:7) “Se com a boca você confessar Jesus como Senhor e em seu coração crer que Deus o ressuscitou dentre os mortos, você será salvo.” (Romanos 10:9) 

Feliz Páscoa! 

Amar a Deus sobre todas as coisas e de todo coração

Jesus disse que o maior mandamento é amar a Deus, nada é mais importante que isso. O que significa que Ele reina acima de todas as coisas, acima de todo sentimento. Que Ele deve ser a prioridade em nossas vidas. Que Ele de fato se assenta e reina em nós e sobre nós. Nosso Senhor Jesus nos ensina: 

“Chegando um dos escribas, que ouviu a discussão entre eles e viu que Jesus tinha dado uma boa resposta, perguntou-lhe: — Qual é o principal de todos os mandamentos? Jesus respondeu: — O principal é: “Escute, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor!”(Marcos 12:28,29); 

 — Mestre, qual é o grande mandamento na Lei? Jesus respondeu: — “Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento.” Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: “Ame o seu próximo como você ama a si mesmo.“(Mateus 22:36-39). 

 A tradição judaica identifica cerca de 613 mandamentos inscritos no Pentateuco, mas Jesus sintetizou toda a Lei indicando o amor, primeiro dirigido a Deus como Senhor, e depois para o ser humano. O que nos indica que, antes de qualquer coisa, devemos amar a Deus sobre todas as coisas, e refletirmos esse amor de Deus para com os nossos semelhantes.  

 Mas como o amor a Deus se expressa?  

 Para explicar como o amor a Deus deve ser, Jesus nos ensina que devemos amar a Deus de maneira completa, precisamos usar o coração, a alma e nossas forças. 

 Amar a Deus de todo coração 

 O coração representa o centro de todas as nossas emoções e nossos desejos. O quanto desejamos a Deus sinceramente? Queremos, e de fato o buscamos, para com Ele estarmos desfrutando da Sua presença? Em algum momento de nossa correria moderna deixamos brilhar a ideia de passar tempo com Deus certos de que nos trará alegria?  

 O ser humano deve amar a Deus com todas as suas faculdades mentais, dadas pelo próprio Deus, e usarmos todas na sua plenitude. Como diz: “Bendiga, minha alma, o Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.”(Salmos 103:1”) 

 Quando você ama a Deus de todo o seu coração, você encontra prazer e alegria nas coisas de Deus. Mas isso exige uma entrega total. Uma verdadeira rendição de tudo que somos e possuímos ao senhorio do Senhor. Todo o coração. Toda a alma. Todo o entendimento. Toda força. Nosso amor a Deus não deve deixar espaço para dúvidas. 

Amar a Deus de toda a sua alma 

al·ma 

 (latim anima, -ae, sopro, ar, respiração, princípio vital) 

 substantivo feminino 

1. [Religião] Parte imortal do ser humano. 

2. Ser humano. = INDIVÍDUO, PESSOA 

 “alma”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/alma [consultado em 30-03-2023]. 

Ainda, consciência, espírito, no sentido figurado o que dá força e vivacidade, essência ou fundamento, índole. 

Nossa alma é nossa personalidade, nossos pensamentos, nosso entendimento, aquela voz audível dentro de nós. Diante disso tudo, procuramos conhecer mais de Deus? Empenhamos toda a nossa capacidade para nos aproximarmos Dele e termos uma relação com Ele? 

Amar a Deus vai além do emocional que sentimos, deve ser uma decisão racional. Escolhemos amar a Deus. Escolhemos buscar a Deus. É um ato consciente, que implica em disciplina e força de vontade. Devemos querer dirigir nossos pensamentos em direção a Deus. 

Amar a Deus de todo o entendimento 

Amar a Deus com todo nosso entendimento significa que devemos amar a Deus com todo o nosso ser, inclusive o pensar. Costumamos dizer que amamos “de todo o coração” e até “de toda a minha alma”, mas podemos amar com a nossa mente? Amar a Deus com toda a nossa mente é levar cativo nosso pensar a Deus. Ter o nosso pensamento centrado em Cristo. Quando pensamos nas coisas que Deus fez através de Cristo Jesus, esse pensar faz com que nosso amor desperte.  

Amar com todo o entendimento quer dizer que precisamos de Jesus Cristo, o Rei do entendimento, para aprender o que é o amor. Somente Jesus Cristo pode nos explicar o que é o amor, abrindo nossos olhos. Logo, devemos procurá-lo ou jamais saberemos amar e sem isso é impossível ser feliz. Porque também está escrito sobre o amor: 

 “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, isso de nada me adiantará. O amor é paciente e bondoso. O amor não arde em ciúmes, não se envaidece, não é orgulhoso, não se conduz de forma inconveniente, não busca os seus interesses, não se irrita, não se ressente do mal. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba. Havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará.”(1 Coríntios 13:1-8) 

 E este é o desafio. Todo o nosso pensar, todo nosso tipo de pensamento empenhar em Deus.  Paulo nos instiga: “busquem as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensem nas coisas lá do alto, e não nas que são aqui da terra.” (Colossenses 3:1,2) 

Como posso buscar algo em que não penso? Como posso adorar a Deus se não vivo o que Dele sei e o que Ele espera de mim? 

Se pouco sei, coloco em prática e busco aprender mais. O nosso problema é que sabemos muito e pouco praticamos. Nos escondemos atrás do nosso conhecimento, seja parco ou vasto.  

Nosso pensamento não tem muros ou cercas, se o deixarmos livre iremos para longe de Deus. 

Amar a Deus de todas as suas forças 

Amar a Deus de todas as nossas forças implica usar nosso corpo, todas as nossas ações e todas as palavras que dissermos. É usarmos de toda a nossa capacidade, o talento e habilidade que Deus nos deu como forma de glorificar ao Pai.  A forma como vivemos e agimos reflete nosso amor por Deus?   

Amar a Deus com toda nossa energia, nossas capacidades, dons, significa estar a serviço de Deus. Significa que não devemos medir esforços quando se trata do nosso nível de energia em demonstrar o nosso amor a Deus. É refletir o amor de Deus em nossas vidas, irradiando aos que orbitam à nossa volta. 

“Naquele dia vocês saberão que eu estou em meu Pai, que vocês estão em mim e que eu estou em vocês. Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.”(João 14:20,21) 

Amar com todas as forças é quando precisamos dar nosso máximo para amar a Deus mesmo quando passamos por dificuldades. Mesmo em momentos difíceis é preciso decidir amá-lo, e nem sempre isso é fácil. 

E segundo a Bíblia, o que é o amor? 

A Bíblia nos diz que o amor é muito poderoso, pois é capaz de mudar a forma como nos relacionamos com outras pessoas. Em 1 Coríntios 13, a descrição do amor perfeito. aquele que vem de Deus: 

– O amor produz um bom caráter (O amor é paciente e bondoso. O amor não arde em ciúmes, não se envaidece, não é orgulhoso,1 Coríntios 13:4) 

Quem vive o amor em seu coração vive uma vida diferente. O amor produz boas qualidades, como a paciência e a bondade, e afasta atitudes negativas, como a inveja e o orgulho. O amor transforma o coração.     Paulo nos exorta a adotarmos um amor com propósito, um amor persistente e atento às perspectivas. É escolher amar ao próximo, mesmo contra nossa própria vontade. Amar mesmo a quem nos ofendeu e acima de tudo, não esmorecer, quando o cansaço nos tomar, quando as frustrações se avolumarem. 

– O amor é altruísta (não se conduz de forma inconveniente, não busca os seus interesses, não se irrita, não se ressente do mal.1 Coríntios 13:5) 

Amor altruísta é aquele em pensamos mais nos outros do que em nós mesmos, enquanto o amor egoísta é aquele em que só pensamos em nós, onde não há questões como a felicidade do próximo. Amor egoísta é troca. Quando dá algo espera algo de volta. Nosso maior exemplo de amor altruísta é o próprio Cristo. 

Todo ser humano quer ser alvo de um amor incondicional, todos queremos ser amados e respeitados, não importa o que façamos. Mas quantas vezes estamos realmente dispostos, a corresponder a esse amor? 

Devemos nos constranger pelo amor de Deus por nós, e não pelo que esperamos das outras pessoas.  Onde há amor, não há lugar para egoísmo, rancor nem maus-tratos. O amor muda nossos relacionamentos. 

– O amor é justo (O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. 1 Coríntios 13:6) 

A verdade não coaduna com a injustiça, pois a injustiça também é causada pela mentira. Quem tem amor não busca injustiças, não comete injustiças contra outras pessoas, antes exalta de alegria quando a verdade prevalece. A verdade faz bem e liberta. 

– O amor dá força (O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.1 Coríntios 13:7) 

Muitas coisas na vida são difíceis, mas o amor ajuda a superar todas. O amor é uma fonte de força e esperança nos momentos mais escuros da vida. Paulo declara que o amor sempre irá proteger, sabe esperar e perseverar, permanece sempre firme, mesmo que as circunstâncias sejam contrárias e desagradáveis. O mais puro e elevado dos dons do Espírito Santo é a graça do amor divino. 

– O amor nunca perece (O amor jamais acaba. Havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará.1 Coríntios 13:8) 

O amor é mais que um sentimento. Os sentimentos mudam, mas o amor continua. O amor é uma escolha, uma forma de viver, um poder que vem diretamente de Deus. O amor de Deus é eterno e ninguém o consegue destruir. Todas as outras coisas poderão passar, mas o amor que vem de Deus nunca vai acabar. Mesmo quando chegarmos à eternidade, onde não haverá a necessidade de profecias, falar em línguas, etc., o amor persistirá. Deus é eterno e eterno o Seu amor. 

“Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.” (Tiago 2:17), assim também, palavras sem amor e sem ações práticas não são nada: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, isso de nada me adiantará.” (1 Coríntios 13:1-3)  

Podemos de alguma forma ter ideia do quanto Deus nos ama? Mas com certeza podemos dizer que o amor de Deus pode tocar nosso coração e mudar nossa vida. Veja por quê: 

Deus nos amou primeiro  

“Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus nos amou de tal maneira, nós também devemos amar uns aos outros.” 1 João 4:10,11   

Deus é nosso amigo   

“Ninguém tem amor maior do que este: de alguém dar a própria vida pelos seus amigos. Vocês são meus amigos se fazem o que eu lhes ordeno. Já não chamo vocês de servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz; mas tenho chamado vocês de amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes dei a conhecer. Não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, eu os escolhi” João 15:13-16 

O amor de Deus é incondicional  

“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores. “Romanos 5:8 

Mais que amor de mãe       

“Será que uma mulher pode se esquecer do filho que ainda mama, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, porém, não me esquecerei de você. Eis que eu gravei você nas palmas das minhas mãos; as suas muralhas estão continuamente diante de mim.” Isaías 49:15,16 

Você é filho de Deus 

“Vejam que grande amor o Pai nos tem concedido, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu. 

Amados, agora somos filhos de Deus, mas ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. 1 João 3:1,2 

O amor de Deus protege 

“De Deus dependem a minha salvação e a minha glória; ele é a minha forte rocha e o meu refúgio.” Salmos 62:7 

“Mas Deus os salvou por amor do seu nome, para lhes revelar o seu poder.” Salmos 106:8 

Jesus deu tudo 

“Não digo isto na forma de mandamento, mas para provar se o amor de vocês é sincero, comparando-o com a dedicação de outros. Pois vocês conhecem a graça do nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que, por meio da pobreza dele, vocês se tornassem ricos.” 2 Coríntios 8:8,9 

Graças a Deus por seu amor eterno!