“Também lhes contou uma parábola: — Ninguém tira um pedaço de uma roupa nova para colocar sobre roupa velha; pois, se o fizer, rasgará a roupa nova, e, além disso, o remendo da roupa nova não combinará com a roupa velha. E ninguém põe vinho novo em odres velhos, porque, se fizer isso, o vinho novo romperá os odres, o vinho se derramará, e os odres se estragarão. Pelo contrário, vinho novo deve ser posto em odres novos. E ninguém, tendo bebido o vinho velho, prefere o novo, porque diz: “O velho é excelente.””Lucas 5:36-39; Mateus 9:16,17; Marcos 2:21,22
A parábola da roupa nova e do vinho novo foi proferida por ocasião da censura feita pelos líderes religiosos e discípulos de João Batista que acusavam Jesus e os seus discípulos de não jejuarem, como o faziam os discípulos de João Batista. Jesus explica que eles não jejuavam em razão da presença do Messias entre eles. Este era um momento de celebração, mas que um dia eles haveriam de jejuar quando Jesus fosse retirado do convívio deles.
A parábola da roupa nova e do vinho novo mostra o contraste entre a Lei de Moisés e a Nova Aliança, nos ensina como devemos aceitar a graça de Deus, como devemos aceitar o Seu ensino.A tradição judaica através de toda a sua liturgia arraigada com seu legalismo e densa hipocrisia transformaram a lei de Deus em algo penoso, ritualístico sem liberdade. Como acontece em nossos tempos com o evangelicalismo que permeia uma grande parte das inúmeras denominações que através de suas doutrinas tiram a graça de Deus e colocam um fardo pesado para os fiéis. Jesus através desta parábola nos ensina e nos mostra como deve ser nossa aceitação da graça abundante de Deus.
Jesus nos convida a repensar no que estamos depositando nossa fé e esperança. Nos atiça a pensar se não estamos retalhando uma colcha nova para dela fazermos uma reforma numa colcha velha e cheia de buracos e a transformarmos numa vistosa colcha de retalhos. O Senhor compara uma pessoa que não experimentou a conversão a uma roupa velha, manchada pelo tempo, suja pelo uso, gasta. Esse somos nós aos olhos de Deus antes que o Espírito Santo opere em nós a obra de regeneração em nossas almas. Não há possibilidade alguma de que uma reforma moral ou religiosa limpará a mancha dos nossos pecados ou que possa transformar nosso caráter mau por essência. O evangelho de Jesus Cristo não se junta ao legalismos religioso e distorcido defendido por algumas lideranças religiosas, embebidos numa hipocrisia cruel.O Evangelho produz vida, reproduz amor e verdade. É graça derramada por Cristo.
Da mesma forma, a parábola do vinho novo salienta que o processo natural de fermentação deve ser de acordo, um odre novo recebe um vinho novo e ambos vivem o processo e se expandem. Do contrário, um odre velho tendo alcançado já sua dilatação não sustem a fermentação de um vinho novo, não possuindo mais elasticidade explode e ambos se perdem. O vinho está na maioria das vezes associado à alegria, e o vinho novo representa a alegria da salvação. Mas o sistema religioso legalista, tão carente de alegria, não possui espaço para a alegria ministrada por Jesus Cristo.
O apego às tradições humanas acabam por nos afastar de Deus. Se juntarmos a Lei e a Graça não teremos nem a Lei e tampouco a Graça. Assim, permitamos que a graça de Deus inunde nossas vidas, encharcando todas as áreas de nossas vidas. Esta mensagem nos diz como encontrar uma vida nova e a paz com Deus através de Seu Filho Jesus Cristo. Mais que uma reforma, o que precisamos é de uma transformação. “Quanto à maneira antiga de viver, vocês foram instruídos a deixar de lado a velha natureza, que se corrompe segundo desejos enganosos, a se deixar renovar no espírito do entendimento de vocês, e a se revestir da nova natureza, criada segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.” Efésios 4:22-24