” quando você tiver medo do que é alto e se espantar no caminho; quando florescer como a amendoeira, e o gafanhoto lhe for um peso; e quando você perder o apetite. Porque o ser humano vai à morada eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça. Lembre-se do seu Criador, antes que se rompa o fio de prata, e se despedace o copo de ouro, e se quebre o cântaro junto à fonte, e se desfaça a roda junto ao poço, e o pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o deu.” Eclesiastes 12:5-7

Salomão medita sobre a fragilidade do ser humano conforme o avançar da idade e acaba por descrever a velhice se utilizando de figuras metafóricas, comparando a um tempo em que até os mais fortes tremem, e o peso faz com que os fortes se curvem à realidade.

Agora vamos ler o versículo 5:

“quando você tiver medo do que é alto e se espantar no caminho; quando florescer como a amendoeira, e o gafanhoto lhe for um peso; e quando você perder o apetite. Porque o ser humano vai à morada eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça.”

A primeira frase diz aqui “quando você tiver medo do que é alto”. Pequenas coisas podem trazer preocupação, coisas que antigamente não causava incomodo, ou apreensão, pois as consideramos insignificantes. Viagens por exemplos já não causam aquela fissura de antigamente. As coisas deixam de ser apreciadas como eram antes. Idosos que gostavam de lançar-se em viagens que se afiguravam como verdadeiras aventuras, onde não importavam os meios de locomoção ou a distancia. O gosto pelo imprevisível, da novidade com o passar dos anos mudam e então tudo passa a ser motivo de preocupações. A idade acaba por trazer uma insegurança e mesmo medo de mudança no que foi pensado e planejado, ou o risco que represente um certo grau de perigo.

Então, somos informados aqui seguindo este versículo 5, “quando florescer como a amendoeira”. Quando a amendoeira floresce, apresenta flores brancas. E isso significa que conforme a idade vai avançando mais próximo da velhice nos encontramos, quando a nossa cabeça recebe mais cabelos grisalhos, e avançam até que fiquem brancos, ou se não podem se perder pelo caminho, efeito da calvície.

Mas, Salomão continua a dizendo “e o gafanhoto lhe for um peso”. Como um inseto pequeno e sem peso quase, pode se tornar um fardo? É um dos efeitos causados pela chegada da velhice, pequenos detalhes ou acontecimentos que sempre passaram sem incomodar agora tornou-se um fardo, às vezes pesados demais. As forças falham, a capacidade de resistência já não é a mesma, a paciência esgota-se mui rapidamente. Até pequenas coisas tornam-se fardos.

Então nos é dito aqui neste mesmo versículo 5: “e quando você perder o apetite”. O que acontece é que o corpo do velho fica tão debilitado que às vezes as propriedades estimulantes da comida não fazem mais efeito. Além disso, há perda de apetite. A satisfação se perde.

E finalmente este versículo 5 diz: “Porque o ser humano vai à morada eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça.”

Enquanto nos vemos peregrinando por este mundo, na verdade estamos caminhando em direção ao tumulo, de onde não vamos retornar para este mundo, pois a vida futura será imutável e eterna. Estaremos partindo para um mundo invisível, e os enlutados que seguem o cortejo bem o sabem disso. E os que acompanharem o cadáver pelas ruas até ao tumulo seguirão enlutados, também eles em direção aos seus túmulos.

Continua a descrição lendo o versículo 6 de Eclesiastes 12:

“Lembre-se do seu Criador, antes que se rompa o fio de prata, e se despedace o copo de ouro, e se quebre o cântaro junto à fonte, e se desfaça a roda junto ao poço,”.

Neste versículo temos uma lista de órgãos do corpo. Perto do fim da vida, eles começam a parar de funcionar ou a funcionar de maneira defeituosa. Essa “fio de prata” é a medula espinhal. Esse “copo de ouro” é a cabeça, a cavidade ou receptáculo do cérebro. A eficiência da função cerebral diminui com o aumento da idade e, no momento da morte, deixa de funcionar completamente.

“E se quebre o cântaro junto à fonte” refere-se aos pulmões. “se desfaça a roda junto ao poço” é o coração. O sangue não é mais bombeado pelo corpo. Toda esta descrição é um retrato da deterioração da velhice que acaba por levar à morte. A vida não pode ser mantida sem o funcionamento destes órgãos.

Então no versículo 7 o escritor disse:

“e o pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o deu.”

A alma não dorme. E gostaríamos que aquelas pessoas que usam versículos do livro de Eclesiastes para apoiar suas ideias sobre o sono da alma continuassem lendo até chegarem a este versículo. O corpo descansa, mas o espírito, ou alma, volta para Deus, que o deu. Vale dizer que o Novo Testamento nos assegura que estar ausente do corpo significa estar presente com o Senhor (como vemos em 2 Coríntios 5:8). A alma retorna imediatamente para Deus. O corpo é simplesmente um tabernáculo, uma tenda onde vivemos. É como uma casca externa. A alma estará com Deus.

Salomão nos lembra que, por mais agradável que possamos imaginar nossa vida, mesmo para aqueles que parecem viver uma prosperidade ininterrupta, que parece não acabar jamais, cabe apenas uma breve reflexão sobre seu estado futuro, o que talvez seja o suficiente para azedar sua alegria e trazer a convicção de que toda a felicidade que alguém pode ter desfrutado faz-se inútil quando se faz passado. Não será possível corrigir no futuro o que fizemos no passado.

O tempo é hoje, a salvação é agora e está disponível para todos. o convite tem sido feito afim de preparar o homem para quando este se encontrar com seu Criador.

Assim termina esta imagem afetadora, porém elegante e acabada, da velhice e da morte.

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