
O Julgamento de Jesus perante Pôncio Pilatos
Contexto Histórico e Religioso
Após ser interrogado pelo Sinédrio (o tribunal religioso judaico) e acusado de blasfêmia(por afirmar ser o Filho de Deus, cf. Mateus 26:63-66), Jesus foi levado ao governador romano Pôncio Pilatos, pois apenas Roma tinha autoridade para decretar a pena de morte (João 18:31). Os líderes judeus alteraram a acusação para sedição (rebelião contra César, Lucas 23:2), buscando garantir Sua condenação.
O Interrogatório de Pilatos
– Pilatos, inicialmente cético, interrogou Jesus em particular e declarou: “Não acho nele crime algum” (João 18:38; Lucas 23:4).
– Sabendo que Jesus era galileu, Pilatos O enviou a Herodes Antipas (governador da Galileia), que O ridicularizou e O devolveu (Lucas 23:6-12).
– Pilatos tentou libertar Jesus, oferecendo soltá-Lo como gesto pascal, mas a multidão, instigada pelos sacerdotes, exigiu a libertação de Barrabás (um rebelde e assassino) e gritou: “Crucifica-O!” (Marcos 15:6-14).
A Flagelação e a Coroação de Espinhos
– Mesmo sem condenação legal, Pilatos ordenou que Jesus fosse flagelado (um castigo brutal que deixava vítimas à beira da morte).
– Os soldados romanos zombaram d’Ele:
– Teceram uma coroa de espinhos e a enfiaram em Sua cabeça (João 19:2).
– Vestiram-nO com um manto de púrpura (cor real) e O saudaram ironicamente: “Salve, Rei dos Judeus!” (Marcos 15:17-19).
– Pilatos, ainda hesitante, apresentou Jesus à multidão (“Eis o homem!” – João 19:5), mas os líderes religiosos insistiram: “Não temos rei, senão César!” (João 19:15).
– Finalmente, Pilatos lavou as mãos simbolicamente (Mateus 27:24) e entregou Jesus para ser crucificado.
A Crucificação de Jesus (9h – “Hora Terceira”)
O Caminho para o Calvário
– Jesus, já debilitado pela flagelação, foi forçado a carregar Sua cruz (João 19:17), mas Simão de Cirene foi obrigado a ajudá-Lo (Mateus 27:32).
– No caminho, Jesus encontrou mulheres que choravam por Ele e respondeu: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, mas por vós mesmas e por vossos filhos” (Lucas 23:28-31).
A Crucificação no Gólgota
– Chegando ao Gólgota (“Lugar da Caveira”), Jesus foi crucificado entre dois ladrões ou malfeitores (Mateus 27:38).
– Sete Palavras na Cruz (últimas frases registradas):
1. “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).
2. “Hoje estarás comigo no Paraíso” (ao ladrão arrependido, Lucas 23:43).
3. “Mulher, eis aí teu filho” (entregando Maria ao cuidado de João, João 19:26-27).
4. “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46).
5. “Tenho sede!” (João 19:28).
6. “Está consumado!” (João 19:30).
7. “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lucas 23:46).
Os Sinais Sobrenaturais
– Trevas sobre a terra (das 12 h às 15 h – Mateus 27:45).
– O véu do templo se rasgou (de alto a baixo), simbolizando o fim da separação entre Deus e a humanidade (Mateus 27:51).
– Terremoto e abertura de sepulturas (Mateus 27:51-53).
A Morte de Jesus (15 h – “Hora Nona”)
– Jesus “inclinou a cabeça e entregou o espírito” (João 19:30).
– Um centurião romano, ao ver os eventos, declarou: “Verdadeiramente, este era o Filho de Deus!” (Marcos 15:39).
O Golpe de Lança (João 19:31-37)
– Para assegurar a morte dos crucificados antes do sábado, os soldados quebraram as pernas dos ladrões, mas, ao chegarem a Jesus, viram que já estava morto.
– Um soldado perfurou Seu lado com uma lança, e saiu sangue e água (cumprindo Zacarias 12:10 e Salmo 34:20).
O Sepultamento (Mateus 27:57-66; João 19:38-42)
– José de Arimateia (membro do Sinédrio, mas discípulo secreto) pediu o corpo de Jesus a Pilatos.
– Nicodemos trouxe mirra e aloés (cerca de 34 kg) para embalsamar o corpo, conforme os costumes judaicos.
– Jesus foi envolto em um lençol de linho e colocado em um túmulo novo, selado com uma grande pedra.
– Os fariseus, temendo um possível “roubo” do corpo, pediram a Pilatos que selassem o túmulo e colocassem guardas (Mateus 27:62-66).
Significado Teológico e Reflexão
– Sacrifício Vicário: Jesus tomou sobre Si o pecado da humanidade (Isaías 53:5; 1 Pedro 2:24).
– Novo Caminho para Deus: O véu rasgado significa acesso direto ao Pai (Hebreus 10:19-20).
– Vitória sobre a Morte: A ressurreição confirmaria Sua divindade e poder (Romanos 6:9).
A Sexta-Feira Santa não é apenas um evento histórico, mas um convite ao arrependimento, à fé e à adoração d’Aquele que, por amor, deu Sua vida por nós.
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16) ✝️
Que a profundidade deste evento inspire gratidão e esperança!